Éramos três crianças perdidas na imensidão da noite. A lua iluminava nossos passos titubeantes. Eu quase caí e você me segurou tão forte que suas unhas ficaram cravadas em minha pele. Ela caminhava sempre na frente. Nunca olhava para trás, para nós. Mas você também olhava pouco pra mim, que estava há km de vocês. E assim íamos os três seguindo pela estrada sem acostamento. Cada um em sua faixa, respeitando os limites de cada linha traçada no asfalto. Chegamos a algum lugar chamado Paraíso. Havia pessoas nas calçadas de casas pequenas e engraçadas. Elas olhavam para nós, curiosas. Mas não havia nada de interessante para se descobrir ali. Éramos só crianças perdidas... Paraíso era um bom lugar para se viver, mas eles não queriam ficar. E ainda não era hora de nos separarmos. Então, seguimos mais uma vez pela estrada, mas agora era dia. Eu corri sem rumo, gritando muito. Os dois ficaram para trás. Juntos. Sentei mais adiante para esperá-los. Ela me olhou e disse alguma coisa que não entendi. Ela sempre dizia alguma coisa que eu não entendia. E eu nunca perguntava o que ela queria dizer. O gosto do asfalto quente estava impregnado em nossos hálitos. O sol escaldante nos trazia miragens de um provável fim de jornada. Mas ainda havia muito o que caminhar e a estrada a cada passo parecia prolongar-se um pouco mais. Paramos um instante na margem de um rio esquecido como nós. Já era noite e as luzes dos postes penetravam profundamente a água e, como grandes e radiantes pilares, pareciam sustentar aquele imenso rio. Faltava para nós pilares como aqueles. Faltava um pouco daquela luz para banir o breu de nossas noites melancólicas. Fogos despontaram no céu de repente. Ele nos pegou pelo braço e rodopiamos embriagados de sede. Três crianças em êxtase. Caímos na grama, exaustos, e contemplamos os pontos brilhantes que surgiam sobre nossas cabeças. Quando acordei, reparei na delicadeza com que ele a abraçava e no doce sorriso que ela estampava, como sempre desdenhando de minha fraqueza. Eles já estavam km à minha frente. E foi na bifurcação à diante que percebi que o meu caminho era o da esquerda. Não olhei para trás. Sigo em paz agora.
7 comentários:
eu te vi! heheh
ei querida. cade tu hein?
tu te mudou pra onde amor? eu não to sumida não, tu q ta! enquanto aos quadros, tu quer compra um?
neguinho so quer de presente po...
tu ta feliz. q bom.
tu quer comprar serio mesmo?
caraca, q vergonha de te cobrar!
sim, então quando a gente se topar por aí, conversa melhor esse assunto...
beijao suelem!
te adoro
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