8.30.2006

Esquecer seria talvez uma maneira de mentir? Abstrair verdades e assim torná-las um não-acontecimento, algo que nunca existiu. Sei lá, sigo mesmo achando que é mentir o que se faz quando se esquece o que não se quer lembrar. Mentir verdades tortas e fazer delas tortas de mentiras (Rs). Deixa pra lá! Nem sei o que quero dizer...

eSQCiminto(?)

Voa palavra
encantada pelo tempo
perdida
esquecida
verso inacabado
palavra que não ouvi
não falei
voou
murmúrio
lamurioso esquecimento de mim.

8.24.2006

Prêmio Porta Curtas no Festival de Curtas de São Paulo 2006!!!

Através desse link, podemos assistir a 40 novos curtas-metragens brasileiros da seleção oficial do Festival de Curtas de São Paulo 2006. Os usuários do porta Curtas Petrobrás poderão votar nos filmes de sua preferência – os 3 mais votados receberão o prêmio Porta Curtas. Os filmes estarão disponíveis para streaming durante os dias do Festival - de 24 de agosto a 2 de setembro - e a votação online começa na noite de hoje, quinta-feira, 24 agosto. Abaixo, alguns curtas:

Ao norte

Alguma coisa assim




8.22.2006

Ontem choveu. Foi uma chuva bela e doída. Um lamento talvez.
Não há nada mais poético do que a chuva caindo por detrás da vidraça, construindo caminhos efêmeros. Então, vêm aquelas lembranças da infância, como um sonho, e você se vê em transe, anestesiada. É uma sensação única.

8.06.2006

A vida coagulando em minhas veias...

Este foi o primeiro texto postado neste blog. Quer dizer, uma parte dele apenas. Agora o mostro na íntegra.

Foto: eSQCer
Qual é o caminho que se pega quando não se tem aonde ir? Você diria qualquer um, mas eu respondo caminho algum. O melhor é não fazer nada. O silêncio talvez diga algo, quem sabe... Talvez ele só fique quieto, como todo silêncio. E ria, baixinho, do meu desespero, da minha impotência.
Como você. Que não entende minhas lágrimas sem sentido ou meu olhar perdido em algum canto da sala.
Quando é que vai amanhecer?
Ouço passos perdidos atrás da porta. São 2h da madrugada. Você perdeu a chave do quarto e eu não vou abrir. O lado de fora não me interessa mais.
Você bate na porta. Eu finjo que estou dormindo. Ouço sua respiração e percebo sua impaciência. Será uma longa madrugada...
Caminho até à porta e a divido com você. Cada um em seu universo paralelo.
Conversamos em nosso silêncio cotidiano.
Você está dormindo? Você sempre dorme quando tento conversar.
Estou cansada. Talvez não esteja aqui quando encontrar a chave da porta. Onde fica a saída de incêndio? Tem uma escada na janela. Você sabe que tenho medo de altura. Então, me pergunta o que quero afinal.
Quero voar com os pássaros por sobre a vida. Quero ver de longe o céu derramar seu pranto. E retornar, aliviada, para algum lugar que eu possa chamar de lar. Dentro de mim. Ser é tão vasto... Meu mundo é deveras imenso e não sei onde me esconder quando a angústia esmaga minhas cordas vocais.
Você ainda está lá fora. E já faz muito tempo que não diz nada. Eu sempre falo sozinha. As paredes parecem me esmagar aqui dentro. Você grita comigo, tentando me reanimar. E no delírio de minha tormenta, relembro uma vida que jaz em alguma esquina da cidade.
O vinho transborda e a taça, estraçalhada em pequenos cristais, rasga a mão trêmula que se banha num vermelho escarlate.
A mancha no chão é ainda vibrante como as cores de uma manhã ensolarada de verão, como a tela que pintei ontem com as cores do entardecer.