Em uma noite nada interessante, Antonia passeava, meio sem rumo, pelas velhas ruas da cidade, agitada pela música dos bares-cheios-de-artistas.
Sentou-se para escrever um poema, mas a noite não trazia inspiração. Foi quando avistou um velho homem, grande e inquieto. Ele andava para um lado e para o outro, ia e vinha, tal qual o pêndulo do relógio. Mas não marcava o tempo. Parecia que tinha todo o tempo do mundo – prova disso eram as marcas em seu rosto. Às vezes parava, observava. Sentia a música, que era tocada por dedos ágeis. E de novo saía em sua peregrinação rumo a lugar nenhum. Contudo, apesar de agitado, tinha o semblante sereno. Demonstrava ser um bom homem.
E era.
Era um professor, agora já aposentado, da velha escola na qual Antonia estudara. Há muito não o via e quando achou que não fosse reconhecê-la, caminhou em sua direção e sentou-se ao seu lado. Perguntou-lhe se estava triste. Apesar de estar, disse que não, pois ela também não sabia o motivo de tanta tristeza. Mas ele viu através de seus olhos alguma angústia. O estranho é que ela também percebeu algo obscuro em seu olhar.
Conversaram durante longas horas – mais ele com ela do que o contrário. E fez Antonia sorrir e refletir. Arrancou ainda algumas palavras de seu silêncio. Falaram sobre a antiga escola, contou-lhe histórias e estórias. Reviveram, enfim, o passado... Um passado de boas e más lembranças, como todo passado.
Ele era um adorável estranho conhecido. Conhecido o bastante para falar com ela, porém estranho o suficiente para ela contar-lhe seus segredos, apesar de tentar deixá-la à vontade para isso.
A noite começava a correr rápido demais a Antonia assustou-se ao perceber que já era tarde. Ofereceu ao velho professor um belo sorriso de gratidão, despediu-se e foi embora. Ele, por sua vez, permaneceu mais um tempo sentado na grande pedra que dividiam. Depois se levantou e continuou sua peregrinação pelas ruas mal-iluminadas.
No ônibus, de volta para casa, Antonia relembrava sua conversa com o estranho amigo. Ria discretamente, às vezes, e sentia uma imensa saudade de algo que desconhecia. Uma saudade tão imensa que lhe doía a alma.
Talvez não percebesse, mas um belo poema havia sido escrito naquela noite e aquela noite transbordava poesia. Um tipo de poesia que não cabe no papel. E Antonia estava repleta dela sem saber.
Sentou-se para escrever um poema, mas a noite não trazia inspiração. Foi quando avistou um velho homem, grande e inquieto. Ele andava para um lado e para o outro, ia e vinha, tal qual o pêndulo do relógio. Mas não marcava o tempo. Parecia que tinha todo o tempo do mundo – prova disso eram as marcas em seu rosto. Às vezes parava, observava. Sentia a música, que era tocada por dedos ágeis. E de novo saía em sua peregrinação rumo a lugar nenhum. Contudo, apesar de agitado, tinha o semblante sereno. Demonstrava ser um bom homem.
E era.
Era um professor, agora já aposentado, da velha escola na qual Antonia estudara. Há muito não o via e quando achou que não fosse reconhecê-la, caminhou em sua direção e sentou-se ao seu lado. Perguntou-lhe se estava triste. Apesar de estar, disse que não, pois ela também não sabia o motivo de tanta tristeza. Mas ele viu através de seus olhos alguma angústia. O estranho é que ela também percebeu algo obscuro em seu olhar.
Conversaram durante longas horas – mais ele com ela do que o contrário. E fez Antonia sorrir e refletir. Arrancou ainda algumas palavras de seu silêncio. Falaram sobre a antiga escola, contou-lhe histórias e estórias. Reviveram, enfim, o passado... Um passado de boas e más lembranças, como todo passado.
Ele era um adorável estranho conhecido. Conhecido o bastante para falar com ela, porém estranho o suficiente para ela contar-lhe seus segredos, apesar de tentar deixá-la à vontade para isso.
A noite começava a correr rápido demais a Antonia assustou-se ao perceber que já era tarde. Ofereceu ao velho professor um belo sorriso de gratidão, despediu-se e foi embora. Ele, por sua vez, permaneceu mais um tempo sentado na grande pedra que dividiam. Depois se levantou e continuou sua peregrinação pelas ruas mal-iluminadas.
No ônibus, de volta para casa, Antonia relembrava sua conversa com o estranho amigo. Ria discretamente, às vezes, e sentia uma imensa saudade de algo que desconhecia. Uma saudade tão imensa que lhe doía a alma.
Talvez não percebesse, mas um belo poema havia sido escrito naquela noite e aquela noite transbordava poesia. Um tipo de poesia que não cabe no papel. E Antonia estava repleta dela sem saber.
Um comentário:
oi linda, tu vai continuar postando Antônia?
é engraçado, depois do roteiro é como se ela fosse um pouco minha. Então, falando nisso...
é nas férias. prepara tua claquete
:)
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