4.10.2006

O céu do Timor

Foto: Rai Castro
FUGA
O poema pousou na nuvem

e ela se desfez
em prantos
e rimou e(m)cantos
por onde pairou
pousou sobre a vida
viveu amores

vôou
conDORES
se perdeu no horizonte ao entardecer
e retornou ao que era
antes mesmo de ser
pensamento perdido
solto
sem rima
verso branco
como a nuvem desfeita
sombra do inexistente
poemaranhado de ilusões.

3 comentários:

C G M disse...

verso branco e perfeito é um nome

Anônimo disse...

puta página sereia! seu lirismo (sem putaria) me encanta. gostei dos seus versos e de suas fotos!

É super legal quando a gente deixa de ser egoíta e publica nossos papéis, não é?

fuga me lembrou a melhor fase de quintana.

leia presentim p vc

OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana - Esconderijos do Tempo

C G M disse...

'poesia e voar fora da asa'
Manoel de Barros